Seminário "Lições de fala" [de 4 a 6 de julho]

O CEstA e o Projeto Fapesp "Diplomacias Cosmopolíticas nas Terras Baixas da América do Sul" convidam para o Seminário 

 

Lições de fala

– diálogos ameríndios

 

de 4 a 6 de julho de 2018

Sala 14, Prédio do Medio da FFLCH/USP

 

 

A partir de um diálogo com convidados indígenas, este Seminário propõe-se a explorar a centralidade e a potência da fala nas sociocosmologias de diferentes povos das terras baixas da América do Sul. Como escreveu Pierre Clastres, a linguagem é, para estes povos, não um mero instrumento a serviço da comunicação, mas algo a ser “celebrado”, usado com o máximo de cuidado, uma vez que atua na composição de pessoas e coletivos. Não é apenas o conteúdo que importa, mas como dispor da linguagem, como usar a fala com a devida justeza, visando efeitos. Essa concepção da linguagem – e da fala – conforma uma concepção singular de ética e de política, isto é, de estar no mundo e de compor mundos. E nesta ética e política entrelaçam-se diferentes atos de fala: discursos de lideranças, diálogos cerimoniais, cantos, narração de histórias, rumores; transcorridos seja em momentos cotidianos, seja em eventos festivos de diversas escalas envolvendo música, dança, adornos, imagens. Estes atos de fala não estão encerrados no mundo indígena, abarcam também o aprendizado de falar aos não indígenas, estes que não cessam de impor sua própria ética e sua própria política. Cabe lembrar também que em muitas línguas indígenas o termo “fala” pode designar outras formas vocais que escapam da linguagem articulada e, assim, pode referir-se a sons emitidos por seres não humanos. Todas essas questões convidam a problematizar e a refletir, junto com os interlocutores indígenas, sobre o que falar quer dizer; convidam a aprender com lições de fala indígenas. 

 

Programação:

 

Quarta-feira, 04.07

 

Manhã – 9h30-12h30

 

09h30-10h

Palavras de boas vindas

Marta Amoroso

Marina Vanzolini

Renato Sztutman

 

10h30-12h30

Mesa de Abertura: O lugar da fala 

Bruna Franchetto

Sandra Benites

Coordenação: Renato Sztutman

Mediação: Marina Vanzolini 

 

Tarde – 14h30-19h30

 

14h30-17h

Mesa II: Falar como liderança, na aldeia e na cidade

Mutuá Kuikuro

Marcio Tenharim

Tiago Karai Guarani-Mbya

Coordenação: Gabriel Bertolin

Mediação: Lucas Keese

 

17h30-19h30

Mesa III: Políticas de afirmação, políticas afirmativas indígenas

Letycia Rendy Yobá

Laís Maxacali

Coordenação: Emerson de Oliveira

Mediação: Talita Lazarín Dal Bó

  

Quinta-feira, 05.07

 

Manhã – 9h30-12h30

 

Mesa IV – Falar com cerimônia I 

Luiz Gilberto Kubeo

Isaka Huni Kuin

Jayme Mayuruna

Coordenação: Guilherme Meneses

Mediação: Diego Pedroso

Comentários: Pedro Cesarino

 

Tarde – 14h30-17h30

 

Mesa V – Falar com cerimônia II

Waranaku Aweti

Jamaxi Myky e Typju Myky

Marilton Maxacali e Natalino Maxacali

Coordenação: Marina Vanzolini 

Mediação: André Lopes e Ana Estrela

Comentários: Dominique Gallois

 

Sexta-feira, 06.07

 

Manhã – 9h30-14h

 

9h30-12h30

Mesa VI – Palavras de mulheres

Maria Parukunye Katxuyana Tiriyó

Patrícia Ferreira Guarani Mbya

Gilda Kaingang

Coordenação: Paola Gibram

Mediação: Aline Aranha e Luísa Girardi


13h-14h

Palavras finais

Jera Poty Mirĩ

Beatriz Perrone-Moisés

 

Noite – a partir das 20h

Festa de encerramento

 

Comissão organizadora: Gabriel Bertolin, Guilherme Meneses, Lucas Ramiro, Luísa Girardi, Marina Vanzolini, Paola Gibram e Renato Sztutman.

Realização: Centro de Estudos Ameríndios – CEstA/USP  

Apoio: Laboratório de Imagem e Som em Antropologia – LISA/USP

Financiamento: CAPES e FAPESP (Projeto “Diplomacias Cosmopolíticas nas Terras Baixas da América do Sul”)