A presença do funk nas comemorações da cidade após a tragédia em 2019 que levou à morte de 9 jovens inocentes pela polícia.

A Folha de São Paulo publicou, no mês de janeiro de 2020, uma reportagem assinada pelo pesquisador doutorando pelo PPGAS Meno del Picchia, junto com a jornalista Nina Rahe sobre a presença do funk nas comemorações da cidade após a tragédia em 2019 que levou à morte de 9 jovens inocentes pela polícia.

A pesquisa buscou compreender o funk em São Paulo sob a luz da antropologia da música, em especial, a partir do conceito de musicar do neozelandês Christopher Small. O musicar funk não é a mesma coisa que a música funk. A música é o objeto sonoro, a gravação, o fonograma. O musicar fala de todo tipo de engajamento observado numa determinada manifestação sonora-musical, e de todos os atores envolvidos (no caso do fluxo de funk, por exemplo, desde os donos dos bares vendendo bebida, aos sistemas de som potentes que os jovens levam nas traseiras dos carros. A etnografia passou pela Liga do Funk, associação que orienta jovens aspirantes à MCs e Djs. Percorreu alguns estúdios de funk para descrever os processos de criação e as tecnologias envolvidas no fazer musical. E, por fim, chegou às ruas de um bairro da zona sul de São Paulo, famoso por seus fluxos de rua. O fluxo olhado como um musicar revelou a centralidade de uma complexa rede de sistemas de som sendo ativados todos os finais de semana pelos jovens funkeiros e funkeiras nas ruas, nas portas dos bares e dentro das tabacarias. Os jovens se engajam e se reúnem a partir da ativação elétrica de potentes alto-falantes. A convivência com a massa sonora produzida nas festas não é tranquila, gera disputas de cunho local mas também de cunho político que transcendem as questões locais.

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