O tema da educação escolar indígena, nos últimos vinte e cinco anos, recebeu renovado interesse antropológico, acompanhando as mudanças na legislação decorrentes da Constituição de 1998 e o movimento indígena de reivindicação por escolarização, acesso ao Ensino Superior e à pós-graduação. As etnografias sobre escolas indígenas recentes têm revelado articulação do cotidiano escolar com várias outras esferas da vida social (xamanismo, corporalidade, noção de pessoa, gênero, organização social e política, entre outros). Apesar das dificuldades da gestão das escolas indígenas no Brasil, várias experiências têm conseguido transformar seu cotidiano de forma a dar espaço para fontes de conhecimentos não hegemônicos, mestres não humanos e processos alternativos de ensinar e aprender. Sugiro que o chão dessas escolas são espaços privilegiados de emergência de um diálogo inter-epistêmico mais equitativo, pois ancorados no cotidiano das aldeias, com suas dinâmicas e temporalidades próprias.
Palestra com Antonella Tassinari (UFSC e USP) - A emergência de um diálogo inter-epistêmico: revisitando a escola indígena em perspectiva antropológica (2001-2025)
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CESTA - Centro de estudos ameríndios. Rua do Anfiteatro, 181, favo 8