Responsável: Prof Dr João Felipe Gonçalves
A constituição do “urbano” ou das “cidades” enquanto objeto de estudo passou inegavelmente pela definição do que seria o “moderno”. Nesse sentido, diferentes temáticas, abordagens e questões foram delineadas para dar conta e definir as características do fenômeno urbano. Desse modo, os estudos citadinos, em suas mais diferentes frentes, são permeados pelas meta-narrativas da urbanização, da modernização, do desenvolvimento e de suas constantes crises. Da vida mental da cidade simmeliana à concepção de uma cultura urbana universal e autônoma da Escola de Chicago, passando por noções de urbanidade que a tomam pela sua anomia, patologia, marginalidade ou conflito; ou privilegiando leituras que concebem a urbe como cenário, ponto de fluxo ou conexão de macroestruturas globais, os estudos das cidades as tomam como loci privilegiados do moderno e da modernidade. Por detrás de tais ideias – e da própria origem dos estudos urbanos – surgem distintas versões da clássica polaridade tradicional/moderno que emergiu dentro do contexto colonial. O objetivo desse curso é descentrar as narrativas consagradas sobre as cidades nas ciências sociais e aprofundar visões críticas da urbanização por meio de conceitos que derivam de distintas realidades metropolitanas.