Entre mundos: filmes etnográficos, colaborativos e cinemas indígenas em diálogo

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Celebrando 30 anos de criação do Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (LISA) do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, durante o mês de novembro de 2021 o GRAVI - Grupo de Antropologia Visual - realiza o evento Entre mundos: filmes etnográficos, colaborativos e cinemas indígenas em diálogo.

O evento é composto de três rodas de conversa e uma mostra de filmes produzidos no âmbito das pesquisas antropológicas com o apoio do LISA e distintas produções da América do Sul, as quais expressam trabalhos feitos por, sobre e com os povos indígenas.  

1. Circulações de cinemas indígenas, que reúne produtores, diretores e coletivos indígenas que tratam dos desafios que permeiam os filmes indígenas, sobretudo no âmbito de sua circulação; 

2. Produções e processos colaborativos, que destaca os distintos fazeres fílmicos partilhados no âmbito das formações de realizadores indígenas; 

3. Filmes Etnográficos: pesquisa e formação, que aborda a produção fílmica sobre os povos indígenas realizada no âmbito da investigação acadêmica com foco na relação entre a universidade e os povos indígenas.

Cada programa da mostra conta com uma roda de conversa da qual fazem parte diretoras e diretores oriundos de coletivos indígenas, instituições e universidades, além de um pesquisador do GRAVI que investiga temas afins.

PROGRAMA DA MOSTRA DE FILMES:

ATENÇÃO: Os filmes estarão abertos entre 1 e 30/11/21

Programa 1 - Circulações de Cinemas Indígenas
Programa 2 - Produções e Processos Colaborativos
Programa 3 - Filmes Etnográficos: pesquisa e formação

PROGRAMA DAS RODAS DE CONVERSA

Abertura: Paula Morgado (LISA/USP)

05/11/21, 17h00
Circulações de Cinemas Indígenas

https://youtu.be/B9Qk1ylr_Gk

Mediação: Ana Lúcia Ferraz (Antropóloga e realizadora/GRAVI/USP)

  • David Hernández Palmar (Realizador Wayuu, curador e coordenador da Clacpi – Coordinadora Latinoamericana de Cine y Comunicación de los Publos Indígenas) 
  • Patricia Yallico - (Realizadora quechua equatoriana – ACAPANA - Asociación de Creadores del Cine y el Audiovisual de Pueblos y Nacionalidades)
  • Alberto Alvares Tuparay (Realizador guarani, mestrando em cinema UFF)
  • Ivan Molina (Realizador quéchua boliviano, Escuela de Cine y Artes Audiovisuales de La Paz)

12/11/21, 17h00
Produções e Processos Colaborativos

https://youtu.be/RrcPRDMPlXs

Mediação: Nadja Marin (Antropóloga e realizadora, GRAVI/USP)

  • Iván Sanjinés (Cineasta, CEFREC - Centro de Formación y Realización Cinematográfica/ Sist. Plurinacional Comunicación Indígena Originario Campesino Intercultural)
  • Mari Corrêa (Cineasta, Instituto Catitu)
  • Takumã Kuikuro (Realizador, Coletivo Kuikuro de Cinema)
  • Tipuici Manoki e André Lopes (PPGAS/USP e Coletivo Ijã Mytyli) 

19/11/21, 17h00
Filmes Etnográficos: pesquisa e formação

https://youtu.be/jooNPTkGKeI

Mediação: Renato Sztutman (Antropólogo/USP)

  • Ana Lúcia Ferraz (Antropóloga e realizadora/UFF)
  • Dominique Tilkin Gallois (Antropóloga/USP)
  • Faye Ginsburg (Antropóloga/NYU)
  • Mauricio José Godoy Paredes (Cineasta/PUCP)
  • Ruben Caixeta Queiroz (Antropólogo e realizador/UFMG)

Encerramento: Sylvia Caiuby Novaes (Coordenadora do GRAVI e LISA)

CONVIDADOS

Alberto Alvares Tuparay é cineasta guarani. Fez a Graduação em Licenciatura Intercultural para Educadores Indígenas, pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais e atualmente e atualmente cursa o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual na Universidade Federal Fluminense – PPGCINE. Atua como professor de audiovisual na formação de cineastas indígenas em diferentes projetos. Realizou o filme "O último sonho" (60 minutos, 2019), e o curta-metragem Ayvu Ypy – Origem da Língua (2020), entre vários outros.
Ana Lúcia Ferraz é professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e colabora com o Mestrado em Antropologia Visual da FLACSO - Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais. Mestre em Antropologia (USP, 1998), doutora em Sociologia (USP, 2005) e realizadora de uma série de filmes etnográficos. Atua hoje entre os campos da Antropologia Visual e da Etnologia guarani. Pesquisadora do Grupo de Antropologia Visual (GRAVI/USP), Núcleo de Antropologia, Performance e Drama (NAPEDRA/USP), Núcleo de Antropologia, Ritos e Sociabilidades Urbanas (NARUA/UFF) e Cosmologias e Visualidade (FLACSO).
André Lopes é doutorando em Antropologia Social pela USP e mestre pela mesma instituição. Pesquisa, trabalha e convive com os povos Manoki e Myky de Mato Grosso desde 2008, atuando como antropólogo, documentarista e formador de realizadores indígenas. É o cofundador do coletivo Ijã Mytyli de cinema Manoki e Myky e participou da formação de realizadores indígenas entre diversos povos, como Wayana, Aparai, Wajãpi, Tiryó e Guarani. Em 2019 foi pesquisador visitante da New York University e desde então tem colaborado com instituições internacionais de cinema indígena, como Wapikoni Mobile e Clacpi.
Cesar Ivan Sanjinés Saavedra é comunicador, cineasta, produtor audiovisual e documentarista nascido em La Paz, Bolívia. Especialista em comunicação intercultural e mídia comunitária indígena. Seu trabalho nos últimos 25 anos está vinculado a experiências de capacitação e transferência de tecnologias de comunicação e vídeo com diferentes povos indígenas da Bolívia e da América Latina. É o principal fundador e atual diretor do CEFREC (Fundação para o Desenvolvimento da Comunicação Intercultural), entidade que vem atuando no âmbito do Sistema Plurinacional de Comunicação Intercultural Camponesa Indígena, uma ampla iniciativa de formação, produção e difusão do comunicação audiovisual e comunicacional indígena original. 
David Hernández Palmar, do povo Wayuu, IIPUANA, Venezuela, é cineasta, curador independente e programador de filmes com reconhecida experiência na região da América Latina. É também fotógrafo, jornalista, pesquisador e produtor de diversas obras audiovisuais que retrataram o mundo Wayuu. Co-dirigiu filmes como: “Owners of The Water”, “Wounmainkat”. Estudou Jornalismo na Universidad Rafael Belloso Chacín e Fotografia na Escuela Julio Vengoechea em Maracaibo, Venezuela. Foi pesquisador convidado no Departamento de Antropologia da Universidade de Iowa e é membro dos conselhos consultivos do PeruVine/PeruDigital, do Laboratório Digital de Etnografia da University of Central Florida e da International Ethnobotanical Association.
Dominique Tilkin Gallois é professora colaboradora senior do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo e pesquisadora do Centro de Estudos Ameríndios - CEstA. Tem experiência em Etnologia e História Indígena, atuando principalmente nos seguintes temas: tradições orais e cosmologias ameríndias, políticas indígenas, patrimônio cultural e conhecimento tradicional. Desenvolve atividades de assessoria direta às comunidades indígenas no Amapá e norte do Pará, colaborando com órgãos públicos e organizações não governamentais em programas de formação indígena
Faye Ginsburg é professora de Antropologia da cadeira David B. Kriser na Universidade de Nova Iorque, criou e fundou o Centro de Mídia, Cultura e História (Center for Media, Culture and History) desde a sua criação em 1993. Ela se dedicou durante anos ao estudo de imagens produzidas por diferentes grupos nativos, trazendo à luz inúmeras questões interculturais envolvidas na apropriação de mídias. Seus temas de pesquisa incluem filme etnográfico, etnografia da mídia, mídia indígena, estudoso de deficiência, políticas da reprodução entre outros.
Ivan Molina Velasquez é originário do nação quéchua. Estudou Sociologia em La Paz e cinema na EICTV de Cuba. Realizou dezenas de documentários desde 1989 abarcando temas em defesa dos direitos humanos de jovens, mulheres, povos indígenas e nações indígenas; é membro ativo da La Paz Film School documentários,. Dedica-se à formação em cinema e audiovisual, a partir de uma metodologia de descolonização e combate às linguagens hegemônicas. Fundador e membro ativo da ASCURI (Associação Cultural dos Cineastas Indígenas) do Brasil. 
Mari Corrêa é cineasta e coordenadora do Instituto Catitu, fundado em 2009. Além de editora e diretora, realiza a formação audiovisual para povos indígenas. Vários de seus filmes receberam prêmios em colaboração com distintos grupos indígenas.
Mauricio Godoy Paredes é professor, pesquisador do Departamento Acadêmico de Comunicação (PUCP), mestre em Antropologia Visual (MAV), membro do Grupo de Pesquisa em Antropologia Visual – (GIAV) e cineasta. Atuou em contextos interdisciplinares e colaborativos, integrando áreas do audiovisual, antropologia e artes performativas. Sua pesquisa gira em torno de temas como cinema pós-moderno, arquivo audiovisual, memória e violência política no cinema latino-americano. Publicou o primeiro livro sobre o documentário peruano “180º gira mi cámara”. Foi diretor do laboratório TransLab, membro da Associação Docuperu e tem participado da produção de seminários acadêmicos e oficinas de treinamento. Atualmente cursa o doutorado em antropologia e está em pré-produção de seu terceiro longa-metragem “Buenos días, wiracochas”.
Nadja Marin é antropóloga e documentarista. Doutora em Antropologia Social pela FFLCH-USP (2017) e Mestre em Artes (Master of Arts) pela Universidade de Manchester (2008). Pesquisadora do Grupo de Antropologia Visual da USP com experiência na realização de filmes e ensino do audiovisual junto a comunidades indígenas diversas. Coprodutora do videogame Huni Kuin: Beya Xina Bena (Novos Tempos).
Patricia Yallico Y. é comunicadora, formadora, gestora cultural e cineasta. Nasceu em Guaranda, uma pequena cidade da região andina equatoriana. Pertence ao povo Waranka da etnia quéchua. Patricia estudou direção de Arte Audiovisual na Universidade Nacional do Centro da Província de Buenos Aires (UNICEN), Argentina e obteve o título de Produção e Performance Tecnológica no Instituto de Cinema e Atuação (INCINE), Equador. É membra do movimento indígena equatoriano, Confederação dos Povos da Nacionalidade Kichwa do Equador (ECUARUNARI), faz parte da Corporação de Produtores Audiovisuais das Nacionalidades e Povos do Equador (CORPANP) e atualmente faz parte da diretoria da Associação de Criadores de Cinema e Audiovisual de Povos e Nacionalidades (ACAPANA). Dirigiu, produziu e escreveu várias obras cinematográficas ficcionais, documentais e experimentais. 
Paula Morgado é mestre e doutora em Antropologia pela Universidade de São Paulo. É documentalista do Laboratório de Imagem e Som em Antropologia do Depto. de Antropologia da Universidade de São Paulo onde é curadora dos acervos audiovisuais e organização de eventos e seminários. É membro do Grupo de Antropologia Visual e coordenadora editorial da GIS - Gesto, Imagem, Som. Revista de Antropologia, da mesma instituição. Suas pesquisas mais recentes abordam os seguintes aspectos das sociedades indígenas: autorrepresentação, internet, cinema e fotografia.
Renato Sztutman é professor do Departamento de Antropologia da USP, atual coordenador do Centro de Estudos Ameríndios - CEstA/USP. Mestre (2000) e doutor (2005) em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo. É pesquisador do do Grupo de Antropologia Visual (GRAVI) e autor do livro O profeta e o principal: a ação política ameríndia e seus personagens (Edusp, Fapesp, 2012).
Ruben Caixeta é professor titular de antropologia da UFMG. Fez mestrado em Antropologia Social pela UNICAMP (1991) e doutorado em Letras e Ciências Humanas pela Universidade Paris-Ouest Nanterre la Défense (1998). Co-fundador e co-organizador do Forumdoc (Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte), evento que acontece anualmente desde 1997. Faz pesquisa junto ao povo waiwai (um grupo karib guianense) desde 1994. Seus principais temas de pesquisa e de publicação são: filme etnográfico, cinema colaborativo, cinema indígena e etnologia na Amazônia.
Takumã Kuikuro é cineasta, membro da aldeia indígena kuikuro e atualmente vive na aleia Ipatse, no Parque Indígena do Xingu. Dirigiu o documentário As hiper mulheres (2011); seus filmes já foram premiados no Festival de Cinema de Brasília, no Présence Autochtone de Terres em Vues, em Montréal (2017), prêmio honorário Bolsista da Queen Mary University London e foi o primeiro jurado indígena do festival de Cinema Brasileiro de Brasília. Faz parte do Coletivo Kuikuro de Cinema, criado em 2002.
Tipuici Manoki mora na aldeia Treze de Maio, na T.I. Irantxe, em Brasnorte-MT. Graduada em Ciências Sociais pela UFMT e atualmente cursando mestrado em Antropologia Social na Universidade de São Paulo. Sua pesquisa, desde a graduação, é sobre a importância da mulher no processo político e ritual do povo Manoki. Começou a trabalhar nas filmagens em 2009 e em virtude dos estudos parou por alguns anos, voltando a produzir em 2019. Criou o coletivo Ijã Mytyli de Cine Manoki e Myky, com apoio do qual dirigiu e produziu dois documentários.​​​​​​​
​​​​​​​Sylvia Caiuby Novaes é professora Titular no Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, onde coordena o LISA - Laboratório de Imagem e Som em Antropologia e o GRAVI – Grupo de Antropologia Visual. É pesquisadora do CEstA – Centro de Estudos Ameríndios e editora responsável da GIS – Gesto Imagem e Som, Revista de Antropologia. Coordenou três projetos temáticos financiados pela FAPESP e tem um quarto projeto em vigência: Fotografias e Trajetórias. Seus interesses voltam-se para a etnologia e a antropologia visual, com ênfase na fotografia numa perspectiva antropológica.

Ficha Técnica​​​​​​​​​​​​​​

Realização
GRAVI – Grupo de Antropologia Visual (USP)

Produção
LISA - Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (USP)​​​​​​​
Departamento de Antropologia​​​​​​​

Apoio
PRCEU - Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP
Seção Técnica de Informática/FFLCH (USP)
Setor Audiovisual/FFLCH (USP)

Equipe

Curadoria
Ana Lúcia Ferraz (UFF, GRAVI)
André Lopes (PPGAS, GRAVI/USP)
Paula Morgado (LISA/GRAVI)

Produção
Isabel Wittmann (PPGAS)
Paula Morgado (LISA)
Ricardo Dionisio Fernandes (LISA) ​​​​​​​

Divulgação
Maria Luiza Mahara (bolsista do PUB)

Agradecimentos
ACAPANA - Asociación de Creadores del Cine y el Audiovisual de Pueblos y Nacionalidades
ASCURI - Associação Cultural de Realizadores Indígenas
CLACPI - Coordinadora Latinoamericana de Cine y Comunicación de los Pueblos Indígenas
CEFREC - Centro de Formación y Realización Cinematográfica
Escuela de Cine Amazónico
Imolivis
Instituto Catitu
Sacha Manchi
Vídeo nas Aldeias​​​​​​​

Em especial:
Cesar Ivan Sanjinés Saavedra
David Hernández Palmar
Fernando Valdívia
Ivan Molina​​​​​​​
​​​​​​​Simone Giovine Mingugu

E a todos os realizadores.