Profa. Dra. Marta Rosa Amoroso
Dr. Erik Petschelies
Essa disciplina tem um duplo objetivo. Em primeiro lugar, discutir em profundidade a produção etnológica alemã a respeito dos povos indígenas das terras baixas sul-americanas, de modo a não apenas apresentar uma escola etnográfica fundamental para a construção do conhecimento sobre as populações ameríndias, mas também com o intuito de avaliar suas ressonâncias em estudos etnológicos mais recentes. O segundo objetivo decorre precisamento do primeiro: leituras de etnografias contemporâenas, bem como da produção intelectual realizada por pensadores indígenas, intenciona-se procurar por conexões, continuidades, rupturas e tensões, de modo a sublinhar a potência de novos atores e interpretações.
Em anos recentes, a produção antropológica alemã sobre as populações ameríndias vem sendo revisitada. Dissertações de mestrado e teses de doutorado, dossiês temáticos e traduções de obras até então inéditas revelam que a grande lacuna na história do pensamento antropológico brasileiro vem sendo preenchida. Assim, além dos estudos acerca da obra de Curt Nimuendajú, os trabalho de Karl von den Steinen, Theodor Koch-Grünberg e Max Schmidt recebem atenção renovada por etnólogos e historiodores da antropologia. Em paralelo a isso, intelectuais indígenas vem fazendo contribuições importantes para a etnologia brasileira. O presente curso tem por objetivo colocar em contato, precisamente, a produção etnológica alemã com estudos contemporâneos e pesquisas feitas por estudiosos ameríndios, com o intuito de vislumbrar diálogos, fricções, continuidades, enfim, propor um quadro mais plural na constituição da etnologia brasileira.