Mulheres, violências

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sala 24 do Prédio das Ciências Sociais e Filosofia da FFLCH-USP.

com Dibe Ayoub (Museu Nacional/UFRJ) e Fabiana de Andrade (USP)
Mediação: Letizia Patriarca (PPGAS/USP)

Em seu célebre estudo sobre os problemas de gênero, a antropóloga Marilyn Strathern chega à conclusão de que, embora a ideia de machismo seja devedora de uma epistemologia ocidental, até mesmo em contextos indígenas, como as Terras Altas da Papua Nova Guiné, as mulheres não estão imunes a atos de violência. Ainda que categorias analíticas sejam construídas histórica e contextualmente, como ensina Strathern, o drama das agressões às mulheres é persistente e segue pondo questões à disciplina antropológica. Afinal, por que, em toda a parte, mulheres, trans e cisgênero, continuam a sofrer violência? No Brasil, uma mulher é vítima de estupro a cada nove minutos; três mulheres são vítimas de feminicídio por dia; a cada dois dias uma pessoa transgênero é assassinada; e a cada dois minutos uma mulher registra uma agressão sob a lei Maria da Penha. Nesta Sexta do Mês convidamos a todxs a pensar sobre esse problema. De mulheres que sofrem abusos em suas relações mais íntimas a mães que praticam atos de violência para proteger suas famílias e suas terras, conheceremos etnografias realizadas em contextos marcados pelas narrativas e perspectivas das próprias mulheres em torno da violência.