Museus, arte e antropologia

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sala 24 do Prédio das Ciências Sociais e Filosofia da FFLCH-USP.

Com Lux Boelitz Vidal (USP) e Lilia Moritz Schwarcz (USP)
Mediação: Júlia Vilaça Goyatá (PPGAS/USP)

“Onde estão os negros?” pergunta a bandeira, estendida na fachada de um dos mais importantes museus brasileiros, o Museu de Arte de São Paulo (MASP). Intervenção da Frente 3 de Fevereiro, a obra é ícone de um projeto expográfico, sob curadoria de antropólogos, que reflete sobre os fluxos de pessoas entre África, América, Caribe e Europa marcados pela Escravidão. O MASP não é uma exceção: inúmeras instituições museológicas ao redor do globo têm se engajado em repensar suas práticas, expiando violações coloniais por meio da repatriação de objetos indígenas ou da construção projetos de curadoria colaborativa. Além disso, percebe-se um movimento recente de apropriação destas instituições por povos indígenas e tradicionais, os quais  têm se mostrado cada vez mais interessados na construção de seus próprios museus, apropriando-os como locus de ação política. Refletindo sobre os diferentes papéis assumidos por antropólogos nesses processos, a Sexta do Mês de Agosto convida a pensar: qual o lugar das artes indígenas ou tradicionais, sua exposição e comercialização? De que forma a Antropologia se conecta, historicamente, a  diferentes empreendimentos museológicos e como tem operado inovações neste campo? Que avanços teóricos esses engajamentos têm fomentado na reflexão antropológica sobre formas expressivas? Como as categorias raça e arte transitam nesses processos e se relacionam com o debate e a luta descolonizante? Quais as transformações epistêmicas envolvidas nas realocações dos objetos de exposição para as aldeias/lugares de “origem”?