Sexta do Mês: Antropologia em tempos de catástrofe

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sala 24 do Prédio das Ciências Sociais e Filosofia da FFLCH-USP.

com Alana Moraes (Museu Nacional/UFRJ), Chirley Pankará (USP) e Jacqueline Moraes Teixeira (USP)
Mediação: Jesser Ramos (PPGAS/USP)

Neste fim de semestre, em função da greve e das mobilizações em defesa da ciência, educação pública e das universidades, o coletivo da Sexta do Mês convida a todas e todos a pensar sobre os desafios do fazer antropológico no momento em que estamos vivendo, em que o Brasil passa por tantos retrocessos.

Sob o título "Antropologia em tempos de catástrofe", partiremos de experiências políticas e etnográficas para reunir o corpo discente e refletir não apenas sobre os efeitos do atual momento na produção acadêmica em Antropologia, mas especialmente sobre como trajetórias de colaboração entre antropólogos e seus parceiros, em diferentes contextos de pesquisa, podem produzir formas desviantes (ou criadoras) de interpelar esta realidade - lida por muitos como uma catástrofe. Como propõe Isabelle Stengers em No tempo das catástrofes, o que deve ser feito hoje não é somente questionar os responsáveis pelas crises, mas o de “intervir”, isto é, formular questões, pensar no que deve ser feito e para que exista a possibilidade de um futuro que não seja bárbaro, partindo de lutas que já estão em curso.

Tomando de empréstimo a ideia de "pacto etnográfico", que Bruce Albert desenvolveu em sua relação com os Yanomami, queremos transformar esta Sexta do Mês em uma assembleia, não só de pesquisadores, mas de perspectivas em torno do fazer antropológico - e de diferentes experiências de "pacto etnográfico". Trata-se, enfim, de uma reflexão metodológica mas também eminentemente política.


De Jacqueline Teixeira ouviremos sobre a pesquisa junto a mulheres evangélicas na IURD; Alana Moraes falará desde as cozinhas das ocupações sem-teto na cidade de São Paulo; Chirley Pankará, por sua vez, traz contribuições desde os coletivos e escolas indígenas, partilhando reflexões como pesquisadora, gestora e parlamentar; Jesser Ramos, mediador do debate, nos oferece suas experiências junto à Casa 1 - Centro de Cultura e Acolhimento LGBT.