LINHAS DE PESQUISA

Periodicamente o PPGAS realiza avaliação de suas linhas de pesquisa, considerando se, nessa nova configuração, o conjunto de suas pesquisas e produções estão devidamente contempladas e equilibradamente distribuídas. O Programa também busca meios de incentivar e valorizar a interlocução entre as linhas, através de sua representação na grade curricular de cada semestre da graduação e pós-graduação, das atividades nos diversos laboratórios, núcleos e grupos de pesquisa que reúnem a totalidade de docentes e discentes, na graduação e pós-graduação, além de pós-doutorandos e colaboradores externos em geral. Em 2021, em razão da reconfiguração do corpo docente, da análise dos dados levantados para o relatório Sucupira para o quadriênio 2017/2020, da própria evolução das carreiras dos professores e de suas agendas de pesquisa – que sempre envolvem estudantes, egressos e demais pesquisadores dos grupos de estudos e investigação –, as linhas de pesquisa do PPGAS/USP passaram por uma reavaliação e ajuste. Cada linha abrange projetos de que são responsáveis ou participantes membros do corpo docente, aos quais se vincula a totalidade de discentes da pós-graduação, uma parcela de estudantes de graduação e participantes pós-doutorandos ou colaboradores externos dos grupos de pesquisa. A totalidade de docentes coordena projetos de pesquisa com financiamento.

  1. ESTUDOS AMERÍNDIOS

A linha de pesquisa abarca estudos dos regimes de pensamento e ação próprios aos coletivos ameríndios, a partir de suas mais diversas manifestações, com foco nas concepções nativas de vida social, pessoa, parentesco, política, meio ambiente, agricultura, direito indigenista, cosmologia, história, relações interétnicas, formas expressivas etc., explorando sua irredutibilidade às categorias do pensamento e modos de ação ocidentais-modernos. Na abordagem dos processos históricos, busca-se registrar e compreender os modos como os povos nativos das Américas têm lidado com as consequências de sua incorporação forçada a Estados-Nação. Inclui pesquisadores do CEstA (Centro de Estudos Ameríndios) e do GRAVI (Grupo de Antropologia Visual).

PROJETOS:

  • Antropologia e meio ambiente: outras alteridades, novos pactos.
  • Bases para um programa brasileiro de pesquisa intercultural e de fortalecimento da produção local de conhecimentos.
  • Direitos dos Índios.
  • Modos de relação de povos nativos das Américas.
  • Estudo e tradução de poéticas ameríndias.
  • Memórias e expressões ameríndias. Rumo aos arquivos e escolas indígenas diferenciados.
  • Modelos e práticas do parentesco. Estudo comparativo dos sistemas de aliança na América do Sul tropical.
  • Modos indígenas de conhecer e experimentos colaborativos.
  • O contra-Estado indígena e a proposta cosmopolítica: conexões entre etnologia e science studies.
  • Pajé e piwara. Redes sociocósmicas dos Mura no Baixo Madeira.
  • Povos indígenas e comunidades locais tradicionais no Brasil. Contribuições para a biodiversidade, ameaças e políticas públicas.
  • Práticas de conhecimento e produção de mundos em comparação.
  • Sobre marcas do passado: arqueologia e conhecimento indígena na Amazônia.
  • Territorialidades ameríndias e tradicionais. Estética da construção dos lugares.
  1. ESTUDOS AFRICANOS E AFRO-DIASPÓRICOS

A linha de pesquisa volta-se para a compreensão dos processos socioculturais e políticos vivenciados pelas populações negras (em suas interações com diferentes grupos étnicos/raciais como asiáticos, brancos, árabes, entre outros) em países da África, no Brasil e em contextos afro-diaspóricos. Dirige especial atenção para as relações raciais, as religiões afro-brasileiras e africanas, interseccionalidades e marcadores sociais da diferença, os estudos de identidade étnica e racial, análises do processo colonial e das suas transformações e diferentes formas expressivas. Inclui pesquisadores do CERNE (Centro de Estudos de Religiosidades Contemporâneas e das Culturas Negras), do grupo de pesquisa em Etno-História, do NUMAS (Núcleo de Estudos de Marcadores Sociais da Diferença), do PAM (Pesquisas em Antropologia Musical), do GRAVI (Grupo de Antropologia Visual), do LAPOD (Laboratório de Estudos Pós-Disciplinares) e do NAPEDRA (Núcleo de Antropologia da Performance e do Drama).

PROJETOS:

  • Bacharéis, empregados e clérigos: um estudo sobre a dinâmica das interações sociais numa cidade sul-africana.
  • Vidas conectadas em duas diferentes temporalidades: exclusão e medo, doenças e perdas no sul da África
  • Brasil, iluminai os terreiros? - Religiões afro-brasileiras e cultura nacional: entre a exaltação e a repressão.
  • Cronotopos canibais: a coprodução de histórias, lugares, e identificações.
  • Diásporas criativas africanas em São Paulo: trilhas audiovisuais para a etnomusicologia.
  • Uma Minas muito negra - Projeto Minas Mundo.
  1. ANTROPOLOGIA DA HISTÓRIA/ HISTÓRIA DA ANTROPOLOGIA

A linha de pesquisa reúne tanto projetos de antropologia histórica, que recuam no tempo em função de temas e perspectivas antropológicas, quanto os que se voltam para a história da antropologia e para um reexame da produção antropológica em perspectiva comparada, buscando localizar redes transnacionais de profissionais e ideias, atentando para a circulação de práticas e objetos, sem esquecer as injunções institucionais e políticas que reverberam nos circuitos e produções. Reúne três tipos de estudos conectando antropologia e história de formas diversas, sobrepostas e inter-relacionadas: projetos de antropologia histórica, que mobilizam temas, debates e perspectivas típicos da antropologia para discutir diversos contextos socioculturais no passado; pesquisas de história da antropologia, que examinam o desenvolvimento da disciplina com particular foco na circulação de práticas, pessoas, ideias e objetos; estudos de antropologia da história, que analisam a produção de representações e narrativas históricas não-acadêmicas, relacionando-as a práticas de poder e resistência. Os três tipos são marcados por uma visão comparativa e transnacional sobre a história, no sentido mais amplo do termo. Inclui pesquisadores do ASA (Artes, Saberes e Antropologia), do CANIBAL (Grupo de Antropologia do Caribe Global), do Grupo Etno-História, do CEsTA (Centro de Estudos Ameríndios) e do NUMAS (Núcleo de Estudos de Marcadores Sociais da Diferença).

PROJETOS:

  • Heródotos do Caribe Oriental: Representações da escravidão nas Antilhas.
  • Histoires de l'anthropologie au Brésil (Bérose. Encyclopédie internationale des histoires d'anthropologie).
  • Enciclopédia negra: biografias de afro-brasileiros da colonização à redemocratização.
  1. CIDADES, ESPAÇOS E MOBILIDADES

A linha de pesquisa trata de estudos urbanos, especialmente em antropologia da e na cidade, em suas diferentes escalas e dimensões. Desenvolve investigações sobre formas de sociabilidade, socialidade e práticas culturais, bem como abordagens de formas de lazer e consumo no contexto urbano, incluindo temáticas de memória e patrimônio. Também realiza pesquisas sobre periferias, marginalidades e mundo do crime, usos e ocupações do espaço pelo direito à cidade e diferentes modalidades de ativismo, inclusive os religiosos e os que se reconhecem associados à militância em direitos humanos. Produz, ainda, reflexões sobre territorialidades, práticas espaciais, circuitos e lugares, incluindo problemáticas de mobilidades, migrações e refúgios. Também busca realizar contrapontos entre urbanidades e ruralidades, metrópole e floresta, de modo a construir novas perspectivas etnográficas. Inclui pesquisadores do LabNAU (Laboratório do Núcleo de Antropologia Urbana), do GEAC (Grupo de Estudos em Antropologia da Cidade) , do ASA– (Artes, Saberes e Antropologia), do NAPEDRA (Núcleo de Antropologia, Performance e Drama), do PAM (Pesquisas em Antropologia Musical), do GRAVI (Grupo de Antropologia Visual), do grupo Religiões, Secularismo e Esfera Pública no Brasil Contemporâneo, do NADIR (Núcleo de Antropologia do Direito) e do NUMAS -(Núcleo de Estudos de Marcadores Sociais da Diferença).

PROJETOS:

  • Diálogos entre corpo e cidade: experiências etnográficas.
  • Mídias, circulação de sentidos, feminismos e a disputa pública por direitos.
  • O Tribunal do Júri no Brasil em quatro espelhos: olhares parceiros e cruzados.
  • Ser/tornar-se africano no Brasil. Fazer musical e patrimônio cultural africano em São Paulo.
  • Ativismos urbanos numa perspectiva etnográfica.
  • Cemitério também é uma cidade: uma análise antropológica dos espaços cemiteriais urbanos (em tempos de pandemia).
  • Frentes de pesquisa etnográfica no campo da antropologia da cidade.
  • La dimensión social de las centralidades en las metrópolis de América Latina: el caso de Lima.
  • Práticas ativistas em tempos difíceis: uma etnografia multilocalizada.
  1. FORMAS EXPRESSIVAS E REGIMES DE CONHECIMENTO

A linha de pesquisa trata das relações envolvidas em distintos regimes de produção de conhecimento e de expressão estética. Produz estudos e reflexões sobre as relações entre etnografia, teoria antropológica, arte, estética, literatura, fazeres e saberes, ciências e técnicas nos mais diversos contextos sociais e culturais. Dedica-se à compreensão dos diversos agenciamentos sociais, conceituais e ontológicos envolvidos em produções e realizações plásticas, visuais, poéticas, corporais ou musicais. Trata, ainda, do estudo de distintos regimes de conhecimento (sejam eles materiais ou imateriais, relacionados ou não às formas expressivas) e das possibilidades da pesquisa etnográfica relacionada às tensões entre tradição, transformação, ciência e patrimonialização. Mantém interface constante com a antropologia da arte, o estudo das artes performativas, a antropologia linguística, a antropologia da ciência e os estudos de rituais. Desenvolve pesquisa e formação nas áreas de imagem (fotografia, filme, pintura), som, música, dança, artes verbais e literatura, tradução, teatro, rituais dos sistemas de justiça. Inclui o LISA (Laboratório de Imagem e Som em Antropologia); o GRAVI (Grupo de Antropologia Visual); o PAM (Pesquisas em Antropologia Musical); o NAPEDRA (Antropologia, Perfomance e Drama), o ASA (Artes, saberes e Antropologia) e o CESTA (Centro de Estudos Ameríndios).

PROJETOS:

  • Antropologia do antropoceno.
  • Artes e semânticas da criação e da memória.
  • Fotografias e trajetórias: Claudia Andujar, Lux Vidal e Maureen Bisilliat.
  • Histórias visuais.
  • Narrativas fílmicas ameríndias em transformação.
  • Narrativas fílmicas ameríndias em transformação.
  • Performance e repertórios corporais em Aparecida e no Jardim das Flores.
  • Relações entre antropologia e arte.
  1. PODER E DIFERENÇA

A linha de pesquisa aborda diversas formas de poder, desigualdades e diferenças. Examina processos de ordenação social e produção simbólica de diferenças, assimetrias e desigualdades ligados tanto a instituições formais quanto a arranjos informais, através de estudos e pesquisas em contextos sociais variados. Entre os temas abordados destacam-se: gênero, sexualidade, relações raciais, classes sociais, idade e gerações, formas de família, conjugalidade, parentalidade e parentesco, direitos humanos, violência, justiça, criminalidade, saúde, conflitos políticos, movimentos sociais, sistemas políticos, cosmopolítica, religião, secularismo, esfera pública, globalização, diásporas, capitalismo, pós-socialismo, colonialismo e pós-colonialismo. Mantém interfaces com abordagens interseccionais, estudos de marcadores sociais da diferença e as antropologias da política, da economia, do direito e da história. Inclui pesquisadores do NUMAS (Núcleo dos Marcadores Sociais da Diferença), do CERNE (Centro de Estudos de Religiosidades Contemporâneas e das Culturas Negras), do grupo de pesquisa em Etno-História, do NADIR (Núcleo de Antropologia do Direito), do grupo Religiões, Secularismo e Esfera Pública no Brasil Contemporâneo e do HYBRIS (Grupo de estudo e pesquisa sobre relações de poder, conflitos e socialidades)

PROJETOS:

  • A pandemia do Covid-19 sob perspectiva interseccional em territórios periféricos: diálogos entre Brasil e África do Sul.
  • COVID-19, juventude e diversidade sexual e de gênero: riscos, diferenças e desigualdades nas experiências afetivo-sexuais de estudantes de ensino médio sob o impacto da pandemia.
  • Da cidade ao corpo: experiências travestis nas fronteiras do urbano.
  • O jardim jamaicano: insularidade, história e raízes no pensamento caribenho.
  • O que faz o parentesco - e de que ele é feito.
  • O silêncio e a voz nos Tribunais do Júri brasileiro e francês: uma escuta antropológica.
  • Políticas, direitos e sujeitos: formas de gestão e ativismo relacionadas a LGBT e HIV-AIDS.
  • Prevenção integral e a resposta à pandemia de Covid-19 com adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social.
  • Religião, direito e secularismo: a reconfiguração do repertório cívico no Brasil Contemporâneo.
  • Transatlantic Data Base. Brazil LAb. Princeton.
  • Gênero, mídias, desigualdades.