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Auditório do LISA

O Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (LISA-USP) receberá no dia 29/04/2025, às 14h30, a palestra "Ruínas do fotográfico: migrações dos arquivos de família e seus ecossistemas de pertencimento" proferida pela pesquisadora Dra. Fabiana Bruno, pós-doutoranda do Departamento de Antropologia da USP supervisionada pela Profa. Dra. Sylvia Caiuby Novaes.

A palestra abordará o contexto e as políticas de “acervos emergentes” formados com fotos abandonadas ou descartadas, em particular, fotografias vernaculares de família desvinculadas de  álbuns pessoais. O ponto de partida será a apresentação de um panorama de histórias de três “acervos emergentes” pesquisados: Arab Image Foundation (AIF), Líbano; Found Photo Foundation, Inglaterra; e ACHO – Arquivo Coleção de Histórias Ordinárias, Brasil.

Nesses acervos emergentes, as fotografias vernaculares recolhidas e abrigadas – de pertencimentos diversos – adquirem outras vias de sobrevivências, ao serem destinadas a uma  segunda-vida” em re-ajuntamentos, no âmbito de iniciativas “anarquivísticas” (Seligmann-Silva, 2023) em diferentes lugares do mundo. De que maneira o modo de vida dessas fotografias,  quando aglomeradas em outros ambientes de arquivo, desprovidas de pertencimentos familiares, apontam para outras epistemologias das imagens e dos arquivos em antropologia?

As “ruínas” (Tsing, 2019; 2022) dos álbuns de família, a destituição de seus ecossistemas de pertencimentos e a “sobrevivência” e a “montagem e remontagem” dessas imagens (Warburg,  2010; e Didi-Huberman, 2013) são alguns tópicos discutidos na palestra.

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CESTA - Centro de estudos ameríndios. Rua do Anfiteatro, 181, favo 8

O tema da educação escolar indígena, nos últimos vinte e cinco anos, recebeu renovado interesse antropológico, acompanhando as mudanças na legislação decorrentes da Constituição de 1998 e o movimento indígena de reivindicação por escolarização, acesso ao Ensino Superior e à pós-graduação. As etnografias sobre escolas indígenas recentes têm revelado articulação do cotidiano escolar com várias outras esferas da vida social (xamanismo, corporalidade, noção de pessoa, gênero, organização social e política, entre outros). Apesar das dificuldades da gestão das escolas indígenas no Brasil, várias experiências têm conseguido transformar seu cotidiano de forma a dar espaço para fontes de conhecimentos não hegemônicos, mestres não humanos e processos alternativos de ensinar e aprender. Sugiro que o chão dessas escolas são espaços privilegiados de emergência de um diálogo inter-epistêmico mais equitativo, pois ancorados no cotidiano das aldeias, com suas dinâmicas e temporalidades próprias.

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Prédio das Ciências Sociais, FFLCH - Av. Prof. Luciano Gualberto, 315, sala 104-A

Ilê Aiyê: a fábrica do mundo afro
fotografias de Milton Guran
tradução de Mirella Botaro e Raquel Camargo

Evento com a presença do autor, de Luiz Paulo Ferreira Santiago (PPGAS) e de Heitor Frúgoli Jr. (docente do DA/PPGAS).

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Auditório do LISA. Rua do Anfiteatro, 181, Favo 10, USP.

Na próxima quinta-feira, 10 de abril, será exibido no Laboratório de Imagem e Som em Antropologia - LISA/USP o filme Holobiont Society da artista suíça Dominique Koch. A atividade acontecerá a partir das 20h.
Compondo uma exposição visual que vem rodando por vários países, Holobiont Society mergulha em um conjunto complexo de questões relacionadas a hierarquias, estruturas de poder e conceitos de coexistência, definidos no termo holobionte.
Criado pela bióloga Lynn Margulis, co-desenvolvedora da hipótese de Gaia, o conceito refere-se a uma unidade ecológica e evolutiva integrada formada por um organismo hospedeiro e todos os micro-organismos que vivem em associação com ele.
No filme, o holobionte é visualizado por meio de imagens científicas de corais, bactérias e outros organismos simbióticos, que emergem na tela junto com um elaborado design sonoro, que atua em sinergia com trechos de entrevistas da bióloga, feminista e escritora Donna Haraway, além do filósofo e sociólogo Maurizio Lazzarato e do biólogo molecular Scott Gilbert.
A exibição é uma atividade de extensão do Coletivo de Antropologia, Ambiente e Biotecnodiversidade - CHAMA e do Laboratório de Imagem e Som em Antropologia - LISA/USP e faz parte da disciplina Antropologia dos Microrganismos, que vem sendo ministrada dentro das atividades do CHAMA, que se constitui como grupo de estudos do Departamento de Antropologia da USP.

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Sala 26A - Prédio das Ciências Sociais, FFLCH - Av. Prof. Luciano Gualberto, 315

Esta comunicação é um convite para que se coloque “deficiência na cabeça” ao se fazer antropologia. Pensar com deficiência retorce provocativa e severamente nossos repertórios imaginativos, nossas suposições sobre o que pode e o que não pode um corpo, nossas compreensões sobre o que é ser sujeito, nossas linguagens sobre igualdade, diferença e hierarquia, nossos horizontes de desejo, nossos horizontes políticos, nossas compreensões de moralidade, nossas compreensões do que é bom, do que é íntegro, do que é completo, do que é humano, do que é compartilhado ou universal. Na comunicação, abordaremos essas questões por meio de um percurso por trabalhos e contribuições críticas dos estudos com deficiência na antropologia, com foco na produção brasileira e nas recentes transformações no universo do Ensino Superior.

Pedro Lopes @pedrrolopes é professor do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, pesquisador do Núcleo de Antropologia Urbana (NAU), do Núcleo de Estudos sobre Marcadores Sociais da Diferença (NUMAS), do Grupo de Estudos em Deficiência, Sociedade e Cultura (GEDESC/Unipampa) e do Projeto Caleidoscópio das Ações Afirmativas (UFABC/CNPq). Tem trabalhos principalmente nos seguintes temas: antropologia, educação, marcadores sociais da diferença, deficiência, deficiência intelectual, gênero, sexualidade, raça, acessibilidade, Ensino Superior, ações afirmativas, Brasil e África do Sul.

Leituras indicadas:
LOPES, Pedro. (2022). Deficiência na cabeça: convite para um debate com diferença. Horizontes Antropológicos, 28(64), 297–330. https://doi.org/10.1590/S0104-71832022000300011
MELLO, Anahí Guedes de; AYDOS, Valéria; SCHUCH, Patrice. (2022). Aleijar as antropologias a partir das mediações da deficiência. Horizontes Antropológicos, 28(64), 7–29. https://doi.org/10.1590/S0104-71832022000300001

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Sala 8 - Prédio de Filosofia e Ciências Sociais

Editora 34 e Centro de Estudos Ameríndios da USP convidam para o lançamento de Mitologia dos índios Chulupi, de Pierre Clastres - tradução de Ian Packer e posfácio de Beatriz Perrone-Moisés

Bate-papo com Antonio Guerreiro e Renato Sztutman
Quinta-feira, 27 de março de 2025, às 19h

Prédio das Ciências Sociais (USP), Sala 8
Av. Luciano Gualberto, 315
Cidade Universitária São Paulo SP

Antonio Guerreiro é Professor Associado do Departamento de Antropologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Nos últimos 20 anos, tem realizado projetos de pesquisa, documentação cultural e extensão junto aos Kalapalo, um povo de língua karib do Alto Xingu. Seus principais interesses de pesquisa são política, parentescos, ritual, artes verbais e territorialidade na Amazônia. É autor do livro Ancestrais e suas sombras: uma etnografia da chefia Kalapalo e seu ritual mortuário (Editora da Unicamp, 2015), vencedor na categoria Ciências Humanas no Prêmio Jabuti 2016.

Renato Sztutman é professor do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo. É mestre (2000) e doutor (2005) em Antropologia Social pela mesma universidade, área de etnologia indígena. Realizou pós-doutorado, em 2015, no Departamento de Filosofia da Universidade de Paris Ouest Nanterre. Coordena atualmente o Centro de Estudos Ameríndios (CEstA – USP). Foi editor responsável, entre 2013 e 2017, da Revista de Antropologia (Departamento de Antropologia da USP). Foi um dos fundadores e co-editou, entre 1997 e 2007, a revista Sexta-feira. Dentre suas publicações, destacam-se o livro O profeta e o principal: a ação política ameríndia e seus personagens (Edusp/Fapesp, 2012) e a coletânea Eduardo Viveiro de Castro: entrevistas (Azougue, 2008). Seus principais temas de pesquisa são: cosmopolíticas indígenas, fronteiras entre antropologia e filosofia, antropologia e cinema.

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Sala 101 - Prédio de Filosofia e Ciências Sociais

Presença da Ausência: Uma análise da branquitude em cinco imagens brasileiras - Lilia Schwarcz

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Expressão Popular – Alameda Nothmann, 806 - Campos Elíseos/SP
Tema: “Pensando formas de fazer lar na diáspora Palestina”

Há mais de um ano de genocídio contra a Faixa de Gaza e um cessar fogo que em realidade redireciona a ofensiva de Gaza para a Cisjordânia, a edição de fevereiro da Sexta do Mês abre espaço para reflexão acerca das experiências de exílio, deslocamento forçado e agência do povo palestino no contexto da diáspora brasileira. À luz da mais nova obra da antropóloga Bárbara Caramuru, intitulada Palestina em Movimento: a diáspora a partir de um olhar interseccional, publicada em 2024, propomos o exercício de articular conhecimento etnográfico ao cenário político contemporâneo do Oriente Médio pela perspectiva da diáspora através de Ualid Rabah, atual presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil.

A ocupação colonial da Palestina, iniciada há mais de sete décadas, adentra uma nova fase de violência e despossessão da população palestina e, longe de encontrar seu fim, expande-se para países como o Líbano, Irã e Iêmen. A obra de Caramuru, ao investigar como os processos de pertencimento e organização política na diáspora palestina no Brasil e Chile, oferece perspectivas teóricas e analíticas para compreender as formas de fazer lar e (re)existir a partir de uma análise interseccional com enfoque em gênero. Dessa maneira, convidamos estudiosas/os, ativistas e o público em geral para a Sexta do Mês Pensando formas de fazer lar na Palestina, buscando refletir sobre a posição da antropologia em meio ao “primeiro genocídio televisionado da história” e romper com o silêncio e a omissão.

Convidades:
•⁠  ⁠Bárbara Caramuru (Docente na UFPR)
•⁠  ⁠Ualid Rabah (Atual Presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil)

Mediação: Isabella Aquino (Mestranda no PPGAS/USP)
A mesa é aberta para todos os públicos, então, sintam-se livres para participarem e trazerem colegas
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Rua do Anfiteatro, Colmeia, favo 8 Cidade Universitária - São Paulo - SP

PALESTRA COM PEDRO LOLLI (UFSCar)

Farmacologias sonoras no alto rio Negro: (re)generação e degeneração de corpos

A partir da região do alto rio Negro e da minha experiência etnográfica junto ao povo Yuhupdeh, pretendo refletir sobre os benzimentos de cura e de proteção, os instrumentos de sopro Jurupari e suas associações com os processos de (re)generação e degeneração dos corpos. Proponho abordar os benzimentos e os instrumentos Jurupari como uma tecnologia andrógena de inseminação artefactual que não só (re)genera os corpos, mas também os degenera, ao modo de uma farmacologia sonora. Para tanto, tomarei como base etnográfica um conjunto de histórias de antigamente contadas por diversos povos que habitam a região do alto rio Negro (Tukano, Yuhupdeh, Hupd’äh, Desano etc.) que contam sobre as gêneses dos benzimentos e dos instrumentos Jurupari; um conjunto de trabalhos antropológicos, alguns deles produzidos por indígenas da região, que tratam do assunto; e por fim, um conjunto de material etnográfico de registros sonoros dos instrumentos Jurupari e das formas verbais dos benzimentos realizados ao longo de minha pesquisa etnográfica

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Auditório do LISA - Laboratório de Imagem e Som em Antropologia. Rua do Anfiteatro, 181, Favo 10, USP.

Para mais informações, ver https://metis.fflch.usp.br