Eventos
O Napedra tem sido pioneiro em estudos de performance na antropologia brasileira. Organizou eventos que marcam o campo da antropologia da performance, tais como o Encontro Antropologia Internacional de e Performance – EIAP (2011), o I Encontro Nacional de Antropologia e Performance – ENAP (2010), e os Encontros com Richard Schechner(2013). Propôs os primeiros fóruns de pesquisa e grupos de trabalho em estudos de performance da Associação Brasileira de Antropologia (ABANNE 2003; RBA 2004, 2006, 2012) e da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS 2005, 2006, 2007). Organizou fóruns de pesquisa e grupos de trabalho no Primeiro Congresso Latinoamericano de Antropologia (ALA 2005) e Reuniões de Antropologia do Mercosul (RAM 2005, 2009). Em 2009, realizou o Colóquio do Napedra: Sons, Ruídos e Poéticas da Performance. De 2008 a 2013, desenvolveu o projeto temático Antropologia da Performance: Drama, Estética e Ritual (06/53006-2), período em que se destaca a participação de Regina Pólo Müller, como uma pesquisadora principal. Do projeto resultaram 22 livros, 81 artigos, 82 capítulos de livros, e 102 apresentações internacionais.
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O link da plataforma ZOOM para participação de todos os eventos, você encontra aqui.
com Jacqueline Moraes Teixeira (Doutora em Antropologia, USP), Fabiane Medina (Doutoranda em Ciência Política, Unicamp) e Talita Lazarin Dal Bo (Doutora em Antropologia, USP). Mediação da COPAF (PPGAS/USP).
Quarta-feira, 4 de novembro de 2020, 18h
O racismo atravessa os mais diferentes âmbitos da vida. No mês de abril, a pandemia do novo coronavírus mostrou uma das faces mais nefastas da desigualdade étnico-racial brasileira: pretxs e pardxs têm, respectivamente, 62% e 23% mais chance de morrer de covid-19 do que brancxs na cidade de São Paulo (https://bit.ly/3ek5inW). Os povos indígenas também sofrem com essa desigualdade: seu índice de mortalidade por um milhão de habitantes atinge 855, contra 510 em média no Brasil (https://bit.ly/3cfEh22).
Ao lado desses dados alarmantes sobre saúde pública, há também dados estarrecedores sobre desigualdades étnico-raciais no âmbito da educação, principalmente acadêmica, tema da primeira mesa deste ciclo da Sexta do Mês, realizada em parceria com a COPAF - Comissão Permanente de Ações Afirmativas do PPGAS/USP. Em grande parte por decorrência das políticas de ações afirmativas para ingresso nas universidades públicas, em 2018, xs negrxs passaram a ser a maioria dxs estudantes que compõem a universidade pública -- embora ainda subrepresentados --, e o número de ingressantes indígenas se tornou nove vezes maior (https://bit.ly/2PJCbA9).
Ainda em decorrência das políticas de ações afirmativas, o ingresso de negrxs e indígenas nas pós-graduações também tem aumentado nos últimos anos. Porém, persistem as tentativas de retrocesso -- como a recente revogação, revertida logo em seguida, da portaria do MEC que estipula cotas para negrxs, indígenas e pessoas com deficiência nas pós-graduações (https://bit.ly/38kLnkT). O atual contexto de avanços e desafios torna urgente e necessária a discussão e a defesa das políticas de ações afirmativas, além da criação de novos mecanismos de permanência estudantil. Esta Sexta do Mês pretende lançar um olhar sobre as desigualdades étnico-raciais na academia, em especial aquela sofrida por negrxs e indígenas, e discutirá algumas experiências específicas de políticas de ações afirmativas e de produção acadêmica gerada a partir de epistemologias outras.
Link disponível aqui.
Inicia-se no dia 15/10 (quinta), às 16h30, o Ciclo de Debates e Palestras “Universidade em transformação: desafios e potencialidades - Educação, Pesquisa e Direitos Humanos no século XXI em perspectiva interdisciplinar”. Haverá um debate com coordenadores dos Núcleos de Apoio à Pesquisa da USP que promovem a iniciativa, estudantes, pesquisadores e integrantes de movimentos sociais. Em seguida, às 18h, Ailton Krenak ministra a conferência “Constelação de Saberes”.
O link do debate do dia 15/10, a partir de 16h30, é: www.
O Ciclo discute temas como democratização do acesso e permanência na universidade, luta antirracista, direitos indígenas, tecnologia e ensino online, exclusão digital, academia e movimentos sociais, decolonização do pensamento, feminismos, interdisciplinaridade e saberes de negras e negros, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, imigrantes, refugiadas, africanas, árabes, pessoas com deficiência, pessoas trans, não-bináries e LGBTQIA+, perspectiva de gênero, culturas urbanas, rurais e periféricas, para que sejam escutadas e para que suas narrativas, saberes, temáticas, vivências e experiências de opressões e violências diversas (epistêmica, física, psicológica), bem como de resistência, autonomia e empoderamento, sejam incorporadas pela universidade e valorizadas em espaços acadêmicos e extra-
Durante cerca de 2 meses (de 15/10 a 18/12), mais de 100 palestrantes vão interagir, em videoconferências transmitidas no Youtube, com um amplo grupo de pessoas em redes sociais (Youtube, Instagram, Facebook e Twitter) e no site do Ciclo (www.
Organizado por 4 Núcleos de Apoio à Pesquisa da USP: NAP Brasil África, NAP Diversitas - Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos, Centro de Estudos Ameríndios (CEstA) e Núcleo de Apoio à Pesquisa Produção e Linguagem do Ambiente Construído (NAPPLAC), com apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP, o Ciclo foi elaborado, da concepção do formato à diversidade dos convidados participantes, com o objetivo de ampliar as trocas, os diálogos e o compartilhamento horizontal de conhecimentos dos integrantes dos NAPs e entre estes, diferentes universidades, nacionais e estrangeiras, e diversos setores da sociedade civil.
Entre as questões que o Ciclo “Universidade em transformação: desafios e potencialidades - Educação, Pesquisa e Direitos Humanos no século XXI em perspectiva interdisciplinar” vai discutir estão: Como valorizar as temáticas elencadas acima? Como ampliar a democratização do acesso e da permanência na universidade e fortalecer sua transformação? Como promover a decolonização do pensamento e o diálogo com outros saberes não necessariamente acadêmicos? Como garantir a decolonização das práticas acadêmicas (em formatos presenciais e também no contexto de virtualização/hibridização do ensino)? Como assegurar a interdisciplinaridade e fundamentação teórica/bibliografia diversificada?
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com Maria Antonia Fulgêncio (UNAS) e Watatakalu Yawalapiti (ATIX)
mediação de Anai Vera (PPGAS/USP)
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Sete meses de covid-19 e o Brasil alcança o segundo lugar com maior número de infectados e mortos no ranking mundial. Em um momento em que a curva de contágio ainda se encontra na ascendente e a pandemia avança sobre regiões do país com baixa capacidade hospitalar, diversos estados e municípios começam a adotar medidas visando a flexibilização da quarentena. A pandemia reforçou as desigualdades sociais, escancarou os privilégios e mostrou que continuam sendo as pessoas pretas e indígenas as mais vulneráveis. Como sugerir rigor na higiene em casa quando metade da população brasileira não tem acesso à água encanada e esgoto? Como sugerir ficar em casa quando muitos não têm direito à moradia? Como não sair, se a mão de obra dos chamados serviços essenciais é majoritariamente negra — e em alguns contextos, indígena? Como a abertura precipitada vai impactar as diferentes parcelas da população?
Encerrando os debates da “Sexta do Mês: Em tempos de pandemia”, buscamos representantes dos grupos mais afetados pelas políticas de morte do atual governo: mulheres de comunidades indígenas e comunidades negras urbanas e rurais. Como mostrou a etnografia feita por Denise Pimenta (2019) sobre a epidemia do ebola em Serra Leoa, foram as mulheres as principais vítimas da doença, não por acaso: eram elas que, por meio de suas relações de afeto e parentesco, ficaram em risco ao liderar o combate ao ebola em suas comunidades. Esse “cuidado perigoso”, noção que a pesquisadora descreveu em sua pesquisa, se conecta às vivências e formas de cuidado construídas por inúmeras mulheres lideranças frente à chegada da covid-19 em seus territórios no Brasil. As mães yanomami imploram pelos corpos de seus filhos; as alto-xinguanas não poderão chorar seus parentes no ritual Qwarup; na comunidade quilombola de Kalunga, em Goiás, jovens mulheres foram contaminadas por patroas que viajaram para fora do país e depois foram enviadas de volta para a comunidade.
Construindo estratégias próprias para o combate à doença em seus territórios, as mulheres-lideranças convidadas a partilhar suas experiências na Sexta do Mês de Julho darão testemunho dos impactos da doença e das omissões do estado brasileiro em suas comunidades; das iniciativas autônomas construídas para fazer frente a esse cenário e dos desafios que ainda podem se impor adiante. Afinal, será que é o vírus que mata ou a desigualdade? De que forma a pesquisa antropológica pode ajudar a refletir sobre essas construções locais, para além de ressoar demandas?
Ministrantes: Ariane Couto Costa e Pâmilla Villas Boas Ribeiro
Coordenação: Profa. Dra. Rose Satiko Gitirana Hikiji
Período de inscrição: 14 a 16/07
Mais informações em http://sce.fflch.usp.br/node/3725
O curso tem como objetivo geral discutir a utilização do audiovisual como ferramenta em trabalhos de campo. A partir das experiências de produção audiovisual das ministrantes em trabalhos etnográficos no norte de Minas Gerais e no Piauí junto a grupos de cultura afro- brasileira de batuques, terreiros e capoeira de quilombo irá suscitar questões sobre as múltiplas representações que o exercício de filmagem pode provocar. Realizando o registro de diferentes práticas, vimos no suporte do filme, uma opção de narrativa polissêmica que possibilitaria diminuir a assimetria entre as demandas e interesses de pesquisadores e as demandas e interesses dos grupos locais. Construir uma abordagem fílmica baseada na polifonia e no diálogo explícito com os interlocutores possibilita formas alternativas de representação do "outro" a partir do encontro de pontos de vistas. É importante ressaltar que o audiovisual não resolve o problema da representação nas ciências sociais, mas pode fornecer exercícios de criação de zonas de contato, lugares em que as vozes de pesquisadores e colaboradores possam ecoar. Meios para que essas vozes e presenças possam ocupar lugares onde essas pessoas, por motivos políticos e sociais, até então jamais puderam estar.
Ariane Couto é mestranda em Ciências Sociais (Antropologia Social) na área de antropologia das populações afro-brasileiras, pesquisando patrimônio cultural e quilombos na FFCLH-USP.
Especialista (MBA) em Gestão Cultural pela Fundação Getúlio Vargas (FGV SP), com ênfase na área de Gestão do Patrimônio Cultural. Bacharel em letras (linguística e literatura) nas habilitações alemão e português (2009) pela Universidade de São Paulo (USP), licenciada em letras português também pela Universidade de São Paulo (2010).
Pâmilla Vilas Boas é doutoranda em Antropologia Social pela USP e Mestre em Antropologia pela UFMG (2017) com pesquisa em antropologia da performance, sobre os batuques do Rio São Francisco. É integrante do Núcleo de Antropologia, Performance e Drama da USP, diretora do documentário sobre música e memória nos batuques do Rio São Francisco e idealizadora do encontro regional de batuques da região do alto médio São Francisco em parceria com a comunidade quilombola de Bom Jardim da Prata.
Ministrante: Gibran Teixeira Braga
Coordenação: Profa. Dra. Rose Satiko Gitirana Hikiji
Período de inscrição: 14 a 16/07
Mais informações neste link
O curso tem por objetivo pensar a música, em seu contexto mais amplo, como um elemento fundamental em dinâmicas sociais diversas. A partir de bibliografia teórica e etnográfica, discutiremos a relação entre a música e os marcadores sociais da diferença, sob uma perspectiva interseccional, e sua relação com a produção de localidades.
com Letícia Cesarino (UFSC), Carolina Parreiras (USP) e Fábio Malini (UFES)
mediação: Isabel Wittmann (PPGAS-USP)
No canal da sexta do mês no youtube - https://bit.ly/sextadomes
Desde o início do século XXI, a emergência de novas tecnologias de comunicação e informação segue transformando as formas de socialidade e alimentando debates dentro e fora da academia. No campo das mídias, o advento do digital produziu tanto mudanças na tessitura ou materialidade das imagens do cinema, fotografia e televisão -para ficar com apenas três exemplos-, quanto na constituição de novas relações de poder e dominação. Portanto, uma série de mudanças substanciais nos modos de agência e de relação de seus usuários com o mundo e com os demais. Nesse contexto de transformações, com o estabelecimento dos grandes conglomerados de produção de conteúdo digital e de gestão das plataformas de comunicação através da internet, a Sexta do Mês propõe o debate “Redes sociais, fake news e formas de socialidade”, buscando questionar: Como a internet e as diferentes plataformas de comunicação digital produzem formas de socialidade e de pertencimento político e social? Quais são os efeitos dessas transformações sobre seus usuários e suas subjetividades? Qual é o impacto dessas redes digitais nas instituições que a modernidade consagrou como lugares de produção de verdade/objetividade? As consolidadas formas de acesso dessas mídias por usuários e espectadores, como a utilização massiva dos smartphones nas mais diversas esferas da vida (social, política, afetiva, sexual) promovem que tipo de inflexões nas formas como estes produtos são criados por estas grandes empresas de tecnologia? E, principalmente, como a Antropologia e as Ciências Sociais vêm se dedicando a pensar estas novas configurações do social produzidas através destas mídias? Esta edição da Sexta do Mês persegue questões como as acima esboçadas, promovendo um debate sobre como as transformações postas por estas tecnologias se refletem não só nas formas-conteúdo destas plataformas de comunicação e entretenimento, mas também nas subjetividades e na noções de pessoa de seus usuários.
com Flavia Medeiros (UFSC) e Aline Feitoza de Oliveira (Caaf-Unifesp)
mediação: Aline Murillo (PPGAS-USP)
Quinta-feira, 28 de maio de 2020, 17h
No canal da sexta do mês no youtube - bit.ly/2XuCu25
A morte segue a perseguir as humanidades, como um futuro certo - esperado, temido, ou adiado -, inquietando também as ciências sociais e a antropologia. Para além do seu aspecto reflexivo, que nos oferece questionamentos quanto ao sentido da existência, pela morte delineiam-se problemas éticos, políticos, religiosos e socioeconômicos, associados à saúde, à segurança pública, à política sanitária, à geopolítica e à biossegurança.
Como qualquer arte, o encaminhamento da morte, dos mortos e seus remanescentes, seja no Instituto Médico-Legal do Rio de Janeiro, seja entre os indígenas Yanomami, ou ainda no Grupo de Trabalho sobre a Vala Clandestina do Cemitério de Perus, é sempre respaldado por certos princípios éticos, procedimentos especializados, ritos específicos e atende a determinados valores e objetivos coletivos - garantir a passagem entre a vida e a morte, reafirmar coletividades sociais e assegurar a continuidade da presença e, às vezes, esclarecer a história.
O novo coronavírus aparece agora como um inimigo total: ameaça a integridade de cada corpo humano, impacta economias nacionais inteiras, altera a consciência de si de cada pessoa, põe em risco a continuidade da vida e das sociedades tais são conhecidas. Para o historiador camaronês Achille Mbembe, o vírus e a pandemia de Covid-19 nos possibilitam de modo renovado perceber nossa putrescibilidade e viver "na vizinhança da própria morte", de modo que o nosso exato isolamento social seja uma política de contenção: é, no limite, a nossa própria noção de humanidade que está em jogo, outra vez.
Mundo afora, já há tempos, as convivências com valas clandestinas com desaparecidos políticos, conflitos e guerras civis, sepultamentos sem consentimento, extermínios massivos – e, na atual pandemia de covid-19, determinações sanitárias que impedem o luto e escolhas políticas sobre quem deve viver e quem deve morrer –, recobrem a morte de terror, e explicitam as questões éticas do morrer e as políticas dos vivos e os modos de produção da(s) morte(s).
Nesta segunda edição da Sexta do Mês "Em tempos de pandemia", perguntamos: O que as experiências com os mortos de Covid-19 podem revelar das políticas dos vivos, em suas compreensões do corpo, da morte, da vida, do luto e da memória? O que há de novo e o que se repete na Covid-19, na relação entre vivos e seus mortos? E, de modo geral, quem são os mortos? O que há para dizer sobre nossos corpos? Como os representantes políticos dos mortos atuam para defender sua dignidade?
com Denise Pimenta (PPGAS/USP) e João Felipe Gonçalves (USP)
mediação: Renato Sztutman (USP)
[transmissão ao vivo no canal da Sexta no YouTube] - https://bit.ly/sextadomes
Em um de seus textos recentes sobre a pandemia do Covid-19, o filósofo Paul B. Preciado nos exorta, em suas palavras, a “aprender do vírus”, sublinhando como o mesmo revela e reforça “formas dominantes de manejo biopolítico e necropolítico” da população. Outro filósofo, Ailton Krenak, nos convoca a adiar o fim do mundo, admitindo a natureza como uma “imensa multidão de formas", sobre a qual a humanidade, ao se colocar como “medida das coisas”, subestima e atropela; "milhares de pessoas que insistem em ficar fora dessa dança civilizada, da técnica, do controle do planeta (...) são tirados de cena, por epidemias, pobreza, fome, violência dirigida" (2019). Partindo dessas provocações, na primeira Sexta do Mês de 2020 queremos pensar juntos a partir da figura do vírus, tentando aprofundar discussões sobre os impactos sociais dessa pandemia específica e de outras epidemias, além de refletir sobre o lugar da noção de vírus no pensamento social contemporâneo. Nesse encontro virtual entre diferentes perspectivas antropológicas, pretendemos cruzar reflexões sobre algumas das formulações e conceitos-chave de nossa disciplina, tais como: socialidade, relação, marcadores sociais da diferença, corpo, substância, saúde/doença, visível/invisível, humanos/não-humanos, poder, política, Estado. Assim, buscamos pensar: que efeitos epidemias ou o espalhamento de doenças podem ter em diferentes contextos sociais? Como a figura do vírus, visto como um sintoma do “modo de governança do liberalismo tardio” (Povinelli, 2016), agencia passado e futuro? Como ele se relaciona ao poder estatal e como projeta novas gramáticas de produção de corpos? Que lugar essas doenças ocupam no pensamento dos povos ameríndios, que superam há séculos devastadores cenários de contato e de contágio por doenças não indígenas?
This talk advances preliminary thoughts on the production of history in the precarious informal community of New Jerusalem, in the southern Philippine town of Dapitan. This community is the sacred capital of the Kingdom of God, a Messianic organization whose most important rituals are history classes based on elaborate arithmetic and on a combinations of Biblical and Phillippine national narratives. As several other Phillipine groups, this organization sees national hero José Rizal (1861-1895) as God Himself, but interprets him in a particular way, as part of an arithmetic-based plot that portrays the Phillipines as the new promised land of the Israelites. Based on fieldwork conducted in January and February 2019, this lecture examines how, by putting history, arithmetic and nationalism at the center of its theology, the Kingdom of God attracts impoverished people from throughout the country; produces a temporality that is both repetitive and teleological; gives a sacred meaning to colonial and Post-colonial histories; and antecipates a future of autonomy, equality, health, and wealth for Filipinos.
Uma palestra (em inglês) do
Prof. João Felipe Gonçalves
Departamento de Antropologia
Universidade de São Paulo
Debatedor:
Prof. Gideon Lasco
Departamento de Antropologia
Universidade das Filipinas Diliman
Manila, Filipinas
Realização:
Universidade de São Paulo
Agência USP de cooperaçnao internacional
Programa de pós graduação em Antropologia Social
CANIBAL - Grupo de Antropologia do Caribe Global